Após 20 anos da Rio92, a Conferência das Nações Unidas para o
Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, começou nesta quarta-feira, dia
13 de Junho, no Rio de Janeiro com o desafio de discutir as lições
aprendidas há duas décadas e as tarefas que vão orientar as negociações
para se chegar a uma declaração em prol do desenvolvimento sustentável,
com aplicações concretas.
Segundo disse a IPS, o coordenador da
Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti, em uma das
primeiras atividades da Conferência, a grande expectativa é que a Rio+20
saia com os objetivos do desenvolvimento sustentável. “A grande
esperança é que a gente tenha, pelo menos, os objetivos da segurança
alimentar baseada numa agricultura sustentável, segurança hídrica e
energética”, afirmou.
A governança dos oceanos, o melhor
planejamento e gestão das cidades para menor consumo também são pontos
que devem ser incluídos na lista de metas. “É fundamental diminuir a
exploração de recursos naturais. Segurança alimentar é, por exemplo,
garantir a produção de alimentos sem devastar o meio ambiente e manter o
equilíbrio climático”, explicou Maretti.
A maior parte da
população mundial de 7 bilhões de pessoas está concentrada nos centros
urbanos. Os hábitos de consumo demandam um planeta e meio, se o
consumismo continuar neste ritmo, em 2020, serão necessários dois
planetas para dar conta da população de apenas um. “A gente está
entrando numa dívida, isso não é sustentável”, admitiu Maretti.
Como
uma das primeiras atividades da Conferência, a Rede WWF lançou a
publicação trilíngue – inglês, português e espanhol – do documento “Rio
92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?”.
A Conferência de 92,
para o cientista político Eduardo Viola, foi um momento de grande
expectativa e uma cúpula marcante na humanidade, pois se tratava pela
primeira vez de discutir os problemas globais. “Criou-se uma consciência
dos problemas ambientais e definiram-se parâmetros normativos sobre
como a humanidade poderia reagir. Os problemas da humanidade estão muito
mais agravados e esta atual Conferência não tem como avançar além de
declarações genéricas de boas intenções”, discutiu Viola.
Segundo o
intelectual, “muito provavelmente” em termos intergovernamentais, a
Rio+20 será um fracasso. Uma vez que as superpotências ambientais e
econômicas não demonstram empenho. A União Europeia está imersa em sua
crise econômica que ameaça a sua própria existência, enquanto um terço
da população norte-americana é “radicalmente contra” mudança dos padrões
e a China continua com emissões explosivas. Em 1992, o dragão oriental
emitia 8% das emissões globais da carbono, atualmente a China representa
26% da fatia de emissões planetárias.
Já o embaixador Flavio
Perri que, em 1992, foi secretário executivo do grupo de trabalho
brasileiro, que organizou a conferência, defende um novo indicador para
registrar o custo ambiental, uma espécie de PIB ambiental. “Um índice
novo que nos dê transparência no processo produtivo, que envolvesse o
PIB (Produto Interno Bruto), o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e
um índice de desgaste ambiental”, afirmou. (IPS/TerraViva)
Amazônia prestes a viver colapso ecológico
A
publicação trilíngue “Rio 92, para onde foi? Rio+20 para onde vai?” deu
ênfase nas soluções para o futuro da Amazônia que corre sérios riscos
de sofrer um colapso ecológico. Se mantida a tendência atual de
desmatamento e incêndios florestais, a Amazônia terá cerca de um terço a
menos de vegetação em 2030. Esse quadro pode ser ainda mais aprofundado
em 50 anos, quando o maior bioma do planeta chegará em 2080 com menos
de 10% da floresta original, segundo projeções da Perspectiva Mundial
sobre Diversidade Biológica.
“O grande alerta da Amazônia está
associado à utilização das riquezas de forma sustentável para evitar que
entre em colapso”, disse Claudio Maretti. O coordenador da Iniciativa
Amazônia Viva da Rede WWF afirma que a Organização do Tratado de
Cooperação Amazônica (OTCA) tem a missão de sair da Rio+20 com a
definição de metas para o desenvolvimento sustentável para a Amazônia,
como por exemplo, o desmatamento zero para 2020.
“Para 2020,
desmatamento zero, para que a Amazônia possa continuar a ser um provedor
de serviços para a humanidade. Ainda dá tempo”, destacou. A Amazônia
possui a maior floresta tropical úmida, representa 6% da superfície
terrestre e ocupa 40% do território da América Latina e Caribe. Lá vivem
38,7 milhões de habitantes, além de 40 povos indígenas que falam quase
90 línguas diferentes. (IPS/TerraViva)
A Organização Sócio Ambiental para Biodiversidade MiraTerra foi criada em 2005 com a conotação de chamar a atenção no sentido de as pessoas “olharem para o planeta” como um todo e sua biodiversidade. "Haverá um dia em que o homem renegará a própria espécie por vergonha de seus atos que o levarão à quase auto extinção. Assistindo, quem sobreviver, a um novo planeta que se regenerará por si só, quando o ser humano não estiver mais tendo a prepotência de brincar de Deus!” Marcos Fernandes Gaspar
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