MAPA DE VISITAS MUNDIAL

Visit http://www.ipligence.com

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

COP-16 chega a resultado aquém do esperado

Os quase 200 países reunidos na 16ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP-16), em Cancún, no México, aprovaram um documento final na madrugada do sábado (11/12). A Bolívia divergiu das conclusões e foi o único país a não assinar. Ambientalistas avaliam que faltou compromisso mais concreto dos países. Apesar de avanço, o resultado ficou aquém do que poderia.

O principal acordo foi o estabelecimento de um Fundo Verde do Clima. A medida visa financiar ações de combate ao aquecimento global nos países em desenvolvimento. Inicialmente, serão destinados US$ 28 bilhões por meio de repasses até 2012. A partir de 2020, a verba deverá chegar a US$ 100 bilhões por ano.

“A criação do fundo é importante, principalmente para países pobres que sofrem mais com catástrofes climáticas. Está previsto um comitê de transferência de tecnologia para viabilizar o desenvolvimento disto nesses países”, afirma o coordenador do Programa Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, Carlos Rittl. “Mas temos que avançar para acordos robustos no próximo ano”, completa.

“Trata-se ainda de uma fase sem compromissos. Isto ficou mais claro agora do que em Copenhagen (na Dinamarca, onde ocorreu a Cop-15). A conferência não mudou a substância. A diplomacia ainda não vai negociar compromisso”, avalia o diretor da Amigos da Terra, Roberto Smeraldi.

Durante a COP-16, também foi aprovado um mecanismo para compensar os países tropicais pela redução do desmatamento, o Redd (Redução de Emissões de Desmatamento e Degradação de Floresta). O desmatamento responde por cerca de 15% das emissões globais de CO2 na atmosfera.

“Sobre o Reed, foram definidos poucos pontos, nada substancial. Faltaram números e prazos na conferência como um todo”, diz a coordenadora da Campanha de Clima do Greenpeace, Nicole Oliveira.

Outras decisões importantes foram deixadas para depois. A principal delas corresponde à continuidade do Protocolo de Kyoto, devido à resistência de Japão, Rússia, Canadá e Estados Unidos. O documento final da COP fala apenas em evitar um hiato na proteção ao clima após 2012, quando Kyoto expira.

“Se você acaba com Kyoto, a tendência é que tenha de começar a discussão do zero e não vamos chegar a um fim”, alerta Rittl. “Cada país vai para essas negociações pensando apenas em si. Fala-se muito no discurso que as mudanças são urgentes, mas na prática sobressaem-se interesses individuais”, analisa Nicole.

Também, os países ricos, principais responsáveis pelas emissões de gás de efeito estufa no mundo, seguem sem metas concretas para reduzir a quantidade de CO2. O texto final de Cancún apenas diz que, entre 2013 e 2015, acontecerá uma revisão das metas de longo prazo da redução de emissões no mundo inteiro.

O que mais atrapalha neste tipo de negociação global, para Smeraldi, é a falta de países que assumam a liderança. “Quando países significativos dentro da comunidade internacional resolverem sair na frente, imediatamente estarão dadas as condições para que a diplomacia encontre negociações efetivas”, acredita.

“Houve risco de essa COP desmantelar. No começo, o Japão já chegou dizendo que não aceitaria Kyoto e isso instaurou um clima desconfortável que prejudicou os resultados. Houve muita barganha”, revela a coordenadora do Greenpeace.

Segundo Smeraldi, a crise climática deve ser enxergada como uma oportunidade de inovação tecnológica e de competitividade, mas as medidas para contê-la ainda são vistas como custo. “A lógica diplomática tem sido: ‘eu reduzo emissões somente depois de você’”, explica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Para nos ajudar adote uma arvore! Doe R$ 12,00 e uma muda será plantada em nossas areas de reflorestamento. Quanto mais voce doar mais arvores serao plantadas! Envie aos seus amigos! Nos ajude a cumprir nossa missão! O planeta agradece! Ag. Banco do Brasil n. 0172-4 C/C nº46.330-2 Rio Claro /SP