No interior do estado uma imagem impressionante: a represa de uma mineradora rompeu por causa do excesso de água. Moradores registraram quando a água passou por cima da estrada e carregou tudo que estava no caminho.
A empresa CRS Mineração, de Analândia (SP), proprietária da represa que se rompeu e arrastou pontes e estradas, poluindo as águas do rio Corumbataí, no último dia 18, foi interditada ontem pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), do Ministério das Minas e Energia. Em consequência do acidente, as prefeituras de Rio Claro e de Piracicaba tiveram de suspender a captação no rio, prejudicando o abastecimento das duas cidades.
De acordo com o superintendente do departamento, Enzo Nico Júnior, a mineradora recebeu cinco autuações por irregularidades como a falta de responsável técnico pelo aterro. A empresa tivera o registro cancelado no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA) e não havia comunicado o acidente ao DPNM, como exige a lei.
Também não cumprira normas de segurança de mineração. A empresa será multada, mas o valor da multa ainda será definido. De acordo com o superintendente, a mineração não será retomada enquanto a empresa não se regularizar e, ainda assim, só depois de apresentar projeto das obras na represa. O diretor da mineradora, Alessando Debechi, negou as irregularidades. Segundo ele, a mineradora suspendeu as atividades logo após o rompimento da represa, atendendo a uma recomendação da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). A empresa vai contestar as autuações.
De acordo com a agência da CETESB em Piracicaba, o sistema de represamento da mineradora é composto por três tanques, formando um circuito fechado. Os reservatórios servem para a decantação do material sólido proveniente da água utilizada no desmonte das áreas de lavra de areia. O rompimento do dique principal teria ocorrido em decorrência do acúmulo de água após as chuvas intensas que atingiram a região. A avalanche de água e lama abriu uma cratera de mais de 20 metros entre o dique e o Córrego do Veado que passa a 40 metros, causando ainda a queda da ponte que dá acesso à propriedade e da tubulação sob a Estrada Municipal Analândia - Corumbataí, num trecho asfaltado.
A CETESB informou que o material vazado não continha óleo, graxa ou produto tóxico, mas a correnteza, além de afetar a mata ciliar, formou uma grande mancha de lama no rio Corumbataí, elevando a turbidez da água para níveis acima da capacidade de tratamento.
A companhia estadual acompanha a recuperação do dique que estourou. De acordo com a estatal, as operações da mineradora estão paralisadas para que sejam feitos os reparos emergenciais para conter a lama que não escorreu para o rio.
No ultimo dia 28 de janeiro o ambientalista e aventureiro da BAS, Marcos Fernandes Gaspar, presidente da Organização MiraTerra, membro do CONSEMA – Conselho Estadual de Meio Ambiente e do Conselho Gestor Unificado das APAs – Áreas de Proteção Ambiental - Corumbataí-Botucatu-Tejupá - Perímetro Corumbataí e Piracicaba Juqueri-Mirim - Área I esteve numa missão de reconhecimento, avaliação e documentação no local do acidente.
Foi realizada uma expedição para isto, onde conforme as fotos pode-se ver a dimensão do desastre. Marcos com uma equipe formada por cinco membros do conselho da APA percorreram mais de seis quilômetros de uma trilha formada dentro do que foi anteriormente o leito do córrego descaracterizado pela massa de agua calculada em mais de 25 milhões de litros de agua, lama, pedras e arvores.
Tudo carregado pelo rompimento do açude que está na bacia do Córrego do Veado, fora da rede hídrica natural. O seu rompimento fez com que a água e a argila que ficavam nesta lagoa de decantação seguissem com violência para o Córrego do Veado e deste para o Rio Corumbataí, arrebentando a ponte da estrada de terra entre Corumbataí e Analândia e prejudicando seriamente a qualidade de água para abastecimento público nos municípios de Rio Claro e Piracicaba, que se abastecem das águas do Corumbataí a jusante do ocorrido.
É fundamental entendermos o que ocorreu de fato neste episódio. Sabermos se o erro foi do dimensionamento do açude, a instalação do açude em desacordo com o projeto aprovado na CETESB, ou mesmo o evento hídrico mesmo. Pois assim poderemos balizar melhor condicionantes futuras com base em histórico concreto – analisa o ambientalista.
Nestas mais de seis horas contínuas de caminhada entre areia, agua, árvores tombadas e lama só me levaram a confirmar que temos que rever os parâmetros de analise dos índices pluviométricos que ate agora era levado em consideração e em obras futuras temos que hiperdimensionar toda estrutura que envolva o manejo de aguas pluviais devido os extremos climáticos que temos acompanhado nos últimos dois anos. Envolve custo, mas é melhor o custo do reforço nas obras do que o custo de vidas e do meio ambiente que estes acidentes tem causado – termina Marcos.
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